sexta-feira, 27 de agosto de 2010

A CANÇÃO DE AMOR E MORTE DO PORTA ESTANDARTE CRISTÓVÃO RILKE




"Repouso. Ser hóspede um dia. Nem sempre ser o próprio a oferecer a seus anseios mesquinha ração. Nem sempre hostilmente agarrar todas as coisas. Deixar um dia tudo acontecer e saber: o que acontece é bom. Nem sempre ser soldado. Trazer um dia os anéis dos cabelos descobertos e o cabeção largamente aberto e sentar-se em assentos de seda e até a ponta dos dedos assim: ter tomado seu banho. E tornar a aprender o que são as mulheres. E como as brancas fazem, como são as azuis, pra que possuem mãos. E como fazem gorjear seus risos quando louros rapazes trazem as belas salvas pesadas de sumarentos frutos."

Trecho do poema de Rainer Maria Rilke, com tradução: Cecília Meirelles e Paulo Ronai